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Mensagem  Admin Sex Mar 09, 2012 9:04 am

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As indústrias nacionais são responsáveis por aproximadamente 86% do volume de importações realizadas pelo Brasil (principalmente importações de produtos intermediários que serão usados no processo industrial) e muitas vezes são as mesmas indústrias que reclamam da concorrência dos importados e que não desenvolvem políticas de exportação que permitiria o aumento do superávit da balança comercial brasileira.

Quanto custava uma camisa nas lojas antes dos produtos importados e depois dos produtos importados? Lemos uma notícia que informa que o percentual de produtos têxteis importados não chega a 10% do volume total dos produtos comercializados no país (produtos nacionais) e que a maioria das confecções existentes no país mal conseguem atender a quantidade de pedidos que chegam e continuam vendendo cada vez mais. Será que existe realmente uma crise tão grande instalada neste setor como dizem os representantes destas indústrias?

Como um país pode produzir sozinho tudo que o mercado local precisa consumir? Porque existe o comércio exterior? Será que os exportadores brasileiros estão gostando das medidas protecionistas da Argentina e gostaríam de ter seus produtos barrados também em outros países? Vale a pena ser um país protecionista?

Importações geram recolhimento de tributos (normalmente mais de 100% do valor de cada mercadoria), tributos estes que deveriam ser utilizados com sabedoria pelo governo para melhorar a qualidade de vida da população. As importações geram emprego, pois os importadores trazem produtos que serão vendidos no comércio que contrata vendedores. As importações contralam a infalação, pois a oferta maior do que a demanda mantém os preços mais baixos. As indústrias podem fazer a importação de produtos que serão industrializados (drawback) e depois exportados, aumentando o superávit da balança comercial brasileira.

Quantas empresas brasileiras estão realmente interessadas e preparadas para exportar?

Porque que o Brasil tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo? Porque que o governo gasta mais do que arrecada?

O superávit da balança comercial brasileira é altamente dependente das exportações de minério de ferro e de outras commodities agrícolas e minerais. Se não fosse pela exportação destes produtos, teríamos um déficit na balança comercial brasileira. Exemplo aconteceu no início deste ano quando as chuvas fortes em Minas Gerais, causaram a paralisação dos embarques de minério de ferro ao exterior e consequente um rápido défict na balnaça comercial brasileira daquele período.

Olevantamento feito por uma empresa de pesquisas constatou que o câmbio e a guerra fiscal entre os estados (alíquotas do ICMS) não são os fatores responsáveis pelo aumento das importações brasileiras mas sim o aumento do PIB nacional (crescimento da economia) que demanda maior produção de produtos e abastecimento do mercado nacional. Isenções fiscais e a logística representam menos de 1% da expansão das importações no Brasil

O porto de Santos já está sobrecarregado e se os estados concordarem em acabar com os incentivos fiscais em relação ao ICMS que são concedidos a nível local, o volume de importações poderá aumentar ainda mais pelo porto de Santos e gerar ainda mais gargalos e custos logísticos.

O estado de São Paulo é o principal responsável pelo défict na balança comercial brasileira, tendo um volume de importações de US$ 82 bilhões em 2011, o que corresponde a 36% do total importado pelo Brasil (principalmente importação de insumos industriais que são necessários para produzir produtos que serão comercializados no Brasil).

Cada vez mais nos últimos meses e anos existe maior oferta de empregos no Brasil, sendo este até motivo de orgulho para o governo brasileiro, então como podemos explicar o temor generalizado de alguns setores da economia que informam que as importações são responsáveis pelo crescente desemprego no Brasil?

É possível através do modelo econômico atual existente no Brasil e em todos os país do mundo, existir uma economia do tipo ganha ganha, onde uma pessoa /empresa para ganhar, não significa que uma outra pessoa / empresa precise perder? A resposta é não. No atual contexto que estamos inseridos e no atual modelo de economia que adotamos, mesmo que uma grande parcela da população / empresas ganhe algo do ponto de vista econômico (como vender mais), uma outra parcela, mesmo que seja menor, precisa obrigatoriamente perder. Exemplo clássico observamos no comércio exterior, quando um país é mais competitivo que outro e consegue vender seus produtos (com melhor custo x benefício) que os produtos produzidos localmente. O medo de perder algo considerado tão importante para viver neste mundo (dinheiro / perda de receita), gera ações para proteger a sobrevivência do indivíduo ou do grupo (empresas), já que não existe um poder central (governo ou sociedade) capazes de sustentar a existência de um indivíduo ou grupo (empresas), principalmente nos momentos da paralisação, diminuição, mudança ou perda da sua atividade econômica principal. Enquanto existir um modelo social e econômico baseado no lucro e na concentração das riquezas de forma desproporcional haverá uma distorção entre os indivíduos e as organizações, seja a nível local ou mundial. Lembrando que o socialismo e o comunismo também não foram modelos equilibrados de gestão, principalmente pela incapacidade de distribuir as riquezas de forma homogênea, como também não existia uma organização social que fosse realmente capaz de beneficiar o grupo como um todo. Também podemos considerar que maioria dos governantes foram e são focados em interesses próprios, como acontece hoje também no regime capitalista.

A indústria automobilística nacional responde por cerca de 91% do volume de importação de veículos no Brasil e foi a mesma indústria que recebeu proteção do governo brasileiro contra os carros importados. Onde está a lógica por trás disto?

A balança comercial entre o Brasil e a China é superavitária a favor do Brasil a muito tempo, ou seja, o Brasil está vendendo mais produtos para a China do que os chineses estão vendendo para o Brasil, então porque muitas pessoas e setores do governo, sindicato e indústrias reclamam tanto da China? Talvez sejam eles que deveriam reclamar do excesso de exportações feitas pelo Brasil.

Será que a chineses devem ser culpados por oferecer produtos baratos, modernos, inovadores e por trabalharem muitas horas por dia ou será que devemos valorizar quem vende produto caro, ruim, antiquado? Quais são os seus valores?

Será que o governo chinês é culpado por cobrar uma carga tributária justa das empresas e pessoas e por aplicar bem os recursos obtidos ou será que o normal é um governo que super tributa as empresas e a população e usa os recursos públicos de forma indevida? Qual a sua opção?

O governo da Argentina está desenvolvendo uma campanha protecionista e pretende mais importar nem mais um parafuso (conforme disse a presidente argentina). A população argentina já está pagando mais caro por produtos nacionais desatualizados, falta eletrodomésticos no mercado interno, os consumidores argentinos estão precisando de ir até países vizinhos comprar eletrodomésticos, o setor de agronegócio está perdendo competitividade por falta de equipamentos disponíveis para a produção (muitos deles são fabricados no Brasil), o estoque de medicamentos importantes já está acabando, faltam insumos para a indústria local, enfim, será que é este o mesmo modelo que devemos adotar no Brasil e em outros países do mundo? Ainda existe o Mercosul?

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